artistas-curadoras na 33a Bienal de São Paulo [série] - 2 de 4

Continuando nossa série de posts sobre as artistas-curadoras da 33a Bienal de São Paulo - Afinidades Afetivas, hoje falaremos sobre a proposta Stargazer II [Mira-estrela II] de Mamma Andersson.

O trabalho de Karin Mamma Andersson (n.1962, Luleå, Suécia) é inspirado pelo imaginário de filmes, cenografias de teatro e interiores, que resultam em composições expressivas e oníricas. Suas principais referências incluem a pintura figurativa nórdica da virada do século XX, arte "folk", local ou vernacular. Sua temática envolve frequentemente paisagens melancólicas e cenários domésticos onde grossas camadas de tinta se alternam a texturas de cores lavadas. Andersson graduou-se na Royal University College of Fine Arts, em Estocolmo, onde vive e trabalha até hoje.

Abaixo, uma seleção de trabalhos da artista e um mini-doc de 24 minutos em que Andersson mostra seu estúdio, fala sobre suas influências e sobre seu processo criativo:

Em Stargazer II [Mira-estrela II], Andersson apresenta seu próprio trabalho em diálogo com obras de artistas que inspiraram e influenciaram sua produção, dentre eles: ícones russos do século XV, Henry Darger (EUA, 1892-1973)* e Dick Bengtsson (Suécia, 1936­-1989), - artista sueco que criava a partir de um processo bem semelhante ao de Andersson - ; a cineasta Gunvor Nelson (Suécia, 1931) e o piloto de caça e artista sonoro Åke Hodell (Suécia, 1919-2000). 

Em um breve contato com as obras dos artistas selecionados por Andersson, fica evidente a ressonância que estes têm em seu trabalho. “Estou interessada em artistas que trabalham com a melancolia e a introspecção como um modo de vida e uma forma de sobrevivência”, afirma.

 

* para quem quiser saber mais sobre Henry Darger, tem esse video no youtube e esta matéria do The Guardian, contando sua trajetória de vida mais detalhadamente e o link para o documentário de 2004 de Jessica Yu, citado na matéria disponível aqui.