Paula Modersohn-Becker na reabertura do MoMa em Nova York
Depois de 4 meses, o MoMA – Museu de Arte Moderna de Nova York reabriu ao público com uma série de exposições. O museu passou por um projeto de renovação e ampliação, desenvolvido pelo escritório de arquitetura Diller Scofidio + Renfro em parceria com Gensler e que se propõe reinventar o modo de expor arte moderna e contemporânea.
O museu ganhou mais de 40mil metros quadrados em espaços de exposições, um estúdio que irá apresentar performances e programação ao vivo, um laboratório criativo de experimentação, criação e conexão, além de galerias abertas ao nível da rua com acesso gratuito.
Dentro desta nova proposta, mais do que expandir seu espaço físico, o museu propõe novos meios de compartilhar a arte. A coleção do museu foi então reorganizada de modo a exibir lado a lado produções em diferentes meios, levando em conta visões mais amplas sobre a arte de nosso tempo, em constante evolução.
Navegando pelos diversos conteúdos disponibilizados no site da instituição, uma pintura da coleção do museu chamou atenção: o auto retrato da artista alemã Paula Modersohn-Becker (a qual até então não conhecia), realizado pouco antes de sua morte precoce, aos 31 anos, em 1907.
Sua breve carreira foi bastante prolífica e Modersohn-Becker é considerada uma das precursoras do expressionismo alemão. Em 2008, sua produção e de outros artistas do pequeno municipio de Worpswede, na Alemanha, foi tema de uma exposição no MASP.
Enquanto seus colegas tinham a paisagem como temática principal de suas obras, Paula retratava em suas pinturas cenas de mulheres e crianças camponesas. Mais tarde, sob influência do pós-impressionismo francês de Cézanne e Gauguin, a artista passou a pintar expressivas naturezas-mortas e auto retratos.
Aquisição recente do MoMA é um dos destaques da coleção, o Auto-retrato com duas flores na mão esquerda levantada é considerado um dos primeiros auto retratos de uma mulher grávida. Paula deu à luz à sua filha Mathilda neste mesmo ano e veio a falecer 18 dias depois.
Tão surpreendente como conhecer a obra da artista alemã, foi encontrar no site do museu o primeiro episódio da série Conservation Stories [Historias de conservação], onde se pode ver o hipnotizante e meticuloso trabalho da restauradora Diana Hartman, ao recuperar uma parte danificada da tela de Modersohn-Becker.
Quando visitamos um museu ou galeria, raramente pensamos ou nos damos conta sobre todo trabalho e equipe que envolvem uma exposição de arte.
A iniciativa de mostrar uma parte da rotina dos bastidores do museu é interessante não só porque evidencia um processo de trabalho pouco conhecido do grande público, mas também porque valoriza e dá visibilidade à atuação dos diferentes profissionais das artes, fundamental para a manutenção e funcionamento de uma grande instituição como o MoMA.