Chamada Aberta | PISCINA #1
Em 2023, a Piscina irá lançar sua primeira revista impressa – algo que já vem se esboçando desde 2019 – e que em 2021 se concretizou em parte no formato de uma publicação independente que reuniu entrevistas realizadas durante o ano de 2020. Assim, é com alegria que anunciamos a primeira chamada aberta para que artistas de todo Brasil (e fora dele) possam contribuir e fazer parte da publicação.
Serão aceitos ensaios visuais, textos e registros de performance e trabalhos de autoria de artistas, curadoras e pesquisadoras que, de alguma forma, dialoguem com a temática descrita abaixo. Para participar, as contribuições devem seguir os seguintes requisitos:
serem produzidas por mulheres ou pessoas não-binárias
as contribuições em texto devem ter até 2000 palavras
as contribuições em imagens ou ensaios visuais devem ter até 6 páginas ou unidades [três páginas duplas]
Envie sua contribuição até 3 de março, 2023 para piscina@piscina-art.com com o assunto:
CHAMADA ABERTA | NOME ARTISTA
O mundo da sombra, caverna escondida
Onde a luz da vida foi quase apagada
O mundo da sombra, região do escuro
Do coração duro, da alma abalada, abalada
Hoje eu canto a balada do lado sem luz
Subterrâneos gelados do eterno esperar
Pelo amor, pelo pão, pela libertação
Pela paz, pelo ar, pelo mar
Navegar, descobrir outro dia, outro sol*
*Balada do lado sem luz , música de Gilberto Gil interpretada por Maria Bethânia em 1976, no álbum Pássaro Proibido
Nos últimos anos, estivemos imersos em um "mundo da sombra'', como canta Bethânia em sua Balada do lado sem luz . É como se, passados esses anos – dois deles pandêmicos – "onde a luz da vida foi quase apagada" –, nós pudéssemos enfim cantar, soltar do peito um grito aliviado, mas ainda não tivéssemos certeza de que compartilharemos dessa sensação com perenidade. O alívio é carregado e vigilante. Nada está ganho ou dado. A cautela se impõe como necessidade: é preciso respirar e pensar antes de agir, de falar; o cuidado de si e do outro é urgente. No tempo do imediatismo anônimo e digital, carecemos de palavras atentas e cuidadosas, mas sem confundir cuidado com passividade. Depois de anos na retaguarda, é hora de avançar.
Como navegar outro dia, outro sol e olhar a partir de outra perspectiva? Como desembaçar a vista do futuro? Como enxergar a luz novamente, considerando tudo aquilo que ficou – e que se transformou – nestes anos? O que nos moveu e o que nos moverá daqui em diante?
A partir destas indagações, a Piscina propõe a organização de uma publicação a ser lançada ainda no primeiro semestre de 2023. A revista reunirá entrevistas, ensaios, proposições visuais e reflexões de artistas, curadores e pensadores, de gente que vislumbra possibilidades de um porvir a partir de diferentes pontos de partida.
Para além de registrar e documentar reflexões e proposições de um momento presente, essa publicação é um aponta para um futuro feito e pensado por mulheres através da arte. E embora esteja inserida em um determinado contexto, ela é atemporal. Ela se relaciona com o presente, mas é uma ancestral do futuro.